Conheça a importância da vitamina D para a saúde e para a imunidade

O termo vitamina é utilizado para substâncias orgânicas fundamentais a nossa saúde, encontradas em nossos alimentos.

A vitamina D, no passado, recebeu esta denominação porque sabia-se que 10% a 20% desta vitamina provinha da alimentação, principalmente dos alimentos ricos em gordura; como ovos, peixes, leite integral, fígado, queijo, cogumelos, suco de laranja, iogurte, manteiga, além dos alimentos enriquecidos pela indústria com vitamina D, no entanto, a dieta isolada dificilmente fornece as doses diárias recomendadas de vitamina D.

Sabemos que a maior parte da vitamina D do organismo, mais de 80%, é produzida na pele, após exposição solar leve e habitual, em atividades corriqueiras como caminhadas ao ar livre, pendurar a roupa no varal, levar o lixo na rua ou as crianças na escola; ações simples que infelizmente no outono – inverno, e nessa época de isolamento social, tornaram-se raras.

Está provado que a vitamina D é produzida pelo maior órgão do corpo humano, a pele, por estimulo das radiações solares, e da pele parte para atuar em vários órgãos, não somente nos ossos, dentes e músculos, como se dizia antigamente.

Recentes evidências sugerem que a vitamina D pode ter ações, além da manutenção da saúde óssea e muscular, tais como a modulação do risco de doenças cardíacas, neoplasias (câncer), esclerose múltipla, obesidade, asma, diabetes tipo 1 e, também reforçando o sistema imune. As células do sistema imunológico têm receptores para a vitamina D, que atua no fortalecimento do sistema de defesa, auxiliando na prevenção de doenças infectocontagiosas, principalmente as doenças respiratórias típicas do outono-inverno.

Atualmente a vitamina D deixou de ser classificada como uma vitamina no sentido estrito da palavra, mas, sim, um pró-hormônio que vai atuar em vários sistemas do organismo.

A deficiência de vitamina D é um dos distúrbios nutricionais mais frequentes em todo o mundo, estimando-se que 1 bilhão de pessoas sofram de insuficiência ou deficiência dessa vitamina. No Brasil, embora a maioria da população resida em regiões de adequada exposição solar, a hipovitaminose D é um problema comum, não restrito apenas aos idosos e mulheres menopausadas, mas também acometendo crianças e adolescentes.

Um estudo feito no Estado de São Paulo estimou que 77% da população adulta tenha níveis insuficientes de vitamina D, enquanto que 19% são totalmente deficientes.

Níveis baixos de vitamina D ocorrem, principalmente, em obesos, pessoas de pele mais escura, idosos, portadores de problemas crônicos, diabéticos, neoplasias malignas, doenças gastrointestinais de má absorção, pacientes bariátricos, acamados, sedentários, trabalhadores noturnos e em ambientes fechados sem exposição solar, e seguidores de dietas restritivas.

A dosagem laboratorial para avaliar a suficiência de vitamina D deve ser restrita apenas aos grupos de risco. As Sociedades Médicas não recomendam a triagem universal.

Portanto, de forma geral, como parte de um conjunto de medidas visando à promoção da saúde e à prevenção de doenças, a adoção de ações como manter uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas regularmente, buscar a exposição ao sol na rotina diária, mas protegendo as áreas de maior incidência solar com filtro solar e vestimentas/chapéu, nos horários com maior irradiação dos raios solares (10-15h).

E nos casos de suspeita da deficiência de vitamina D, podemos fazer a suplementação oral, sob supervisão médica, porque as doses variam de baixas ou preventivas, até doses maiores chamadas terapêuticas.

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TADEU FERNANDO FERNANDES
CRM – SP – 46876    RQE nº 55494
Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Médica Brasileira (AMB)
Especialização em Early Nutrition (ENS) pela Ludwig-Maximilians University Munich