Dicas de como podemos driblar a obesidade infantil

A obesidade infantil apresenta crescente incidência no Brasil e no Mundo, sendo considerado um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além da predisposição genética, os hábitos alimentares e a rotina sedentária podem predispor ao desenvolvimento da obesidade ainda na infância – acarretando doenças como diabetes e hipertensão (BANFIELD, 2016). Saiba como prevenir, neste post!

Doenças associadas à obesidade

Conforme dados publicados na revista Childhood Obesity (2018), o sobrepeso é a condição crônica mais comum na infância. Estimativas da OMS indicaram que mais de 41 milhões de crianças com menos de 5 anos estavam com sobrepeso ou obesas em 2016, no mundo. Além desses dados preocupantes, a obesidade infantil pode ainda predispor à outras doenças relacionadas como dislipidemias, hipertensão arterial e alterações no metabolismo da glicose (HRUBY, 2015), as quais podem acompanhar os indivíduos até a vida adulta (GURNANI, 2015).

Como prevenir?

Através de educação nutricional na infância, é possível criar hábitos saudáveis ainda nas idades iniciais. Tanto a família como a escola devem atuar de maneira conjunta estimulando a alimentação saudável e a curiosidade por novos alimentos.
Confira abaixo algumas dicas da Sociedade Brasileira de Pediatria, no combate à obesidade infantil e juvenil:
MUDANÇA DE HÁBITOS

  • Combater o sedentarismo: Estimular a prática de atividade física ao menos duas vezes na semana, incentivando, por exemplo, brincadeiras ao ar livre, como andar de bicicleta. Deve-se limitar o tempo diante da televisão, videogame e computador: Não é aconselhável que a criança assista a mais de duas horas de televisão por dia.
  • Alimentação mais saudável: Oferecer variedade de frutas, legumes e incorporá-los nas refeições diárias, dando exemplos do seu consumo.
  • Realizar refeições em local tranquilo, sem perturbações externas, como televisão, celular ou videogame.
  • Ter horário certo para as refeições: É importante ter uma rotina de alimentação saudável.
  • Aumentar a ingestão de água: Pode-se incentivar a criança a levar uma garrafinha de água para escola e ter como meta beber, ao menos, duas garrafinhas durante o dia.
  • Dê o exemplo: A mudança de hábito inclui a vida das pessoas, seus vínculos familiares e sociais. Por isso, é um processo dinâmico e requer a ajuda dos familiares próximos para construção de um novo estilo de vida saudável.

EVITE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS

  • Evite refrigerantes, pois contém quantidade elevada de açúcar, predispõe a cárie dental, prejudica a saúde óssea, podendo causar desconfortos gástricos.
  • Evite preparar alimentos instantâneos como o macarrão, mas quando inevitável: Não utilize o tempero pronto que o acompanha devido ao alto teor de sódio.
  • Aguarde ao menos uma hora antes de oferecer bebidas lácteas às crianças após uma refeição, pois o cálcio pode interagir com o ferro consumido do alimento, prejudicando a absorção dos nutrientes.
  • Substitua os salgadinhos industrializados por pipoca feita em casa.

AUMENTO DO CONSUMO DE FIBRAS

  • Aumente o consumo de fibras: pode-se oferecer frutas com casca e legumes.
  • Evite coar os sucos naturais, pois ali encontra-se uma rica fonte de fibras, além disso, prefira sempre alimentos integrais aos comuns.
  • A recomendação diária de fibras é de 5 g + a idade da criança ou do adolescente, até o máximo de 30 g/dia.

Prebióticos como aliados

Conforme estudo de Nicolucci (2017), o emprego de prebióticos pode auxiliar no tratamento de obesidade infantil, sendo capaz de reduzir a peso e gordura corporal. Neste estudo, o autor avaliou crianças obesas entre 7 e 12 anos que receberam prebiótico inulina/FOS por 16 semanas, e observou redução significativa da massa gorda e manutenção do ganho de massa magra em comparação ao grupo controle. Além disso, as crianças que consumiram o prebiótico tiveram redução de 19% dos níveis de triglicerídeos em relação ao controle, assim como o aumento da população de Bifidobactérias (benéficas ao organismo) e redução de Bacterioides (patogênicas).
Em outro estudo, as crianças obesas ou com sobrepeso que utilizaram o prebiótico a base de inulina/FOS apresentaram uma redução significativa do apetite e menor consumo de alimentos em relação ao grupo controle após 16 semanas. As crianças de 11-12 anos apresentaram uma redução media da ingestão de energia de 113 kcal, enquanto o grupo placebo apresentou um aumento médio de 137 kcal ao final das 16 semanas (HUME, 2017).
As fibras prebióticas podem ser obtidas através da dieta no consumo de legumes, verduras e frutas, trazendo benefícios à saúde intestinal. Por exemplo, alho, cebola, chicória, aspargo, aveia e banana são fontes de inulina (CARLSON, 2018). Todavia, quando a obtenção de fibras não for o suficiente através da dieta, a suplementação com prebióticos é uma alternativa segura e eficaz! Procure sempre orientação médica ou de um nutricionista antes de iniciar qualquer suplementação para ter a indicação adequada para seu caso.

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ver Referências

BANFIELD E.C et al. Poor adherence to US Dietary Guidelines for children and adolescents in the National Health and Nutrition Examination Survey population. J Acad Nutr Diet., v.116 n.1, p.:21-27.2016.
CARLSON J. et al. Health Effects and Sources of Prebiotic Dietary Fiber. Curr Dev Nutr. v.2, n.3, 2018.
DIN-DZIETHAM R. et al. High blood pressure trends in children and adolescents in national surveys, 1963 to 2002. Circulation v.116, n.13, p.1488–96.2007.
LUCA P. et al. Complex obesity. Curr Pediatr Rev v.8, p. 179–87. 2012.
NICOLUCCI A.C. et al. Prebiotics Reduce Body Fat and Alter Intestinal Microbiota in Children Who Are Overweight or With Obesity. Gastroenterology, v. 153, p. 711–722, 2017.
Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 2ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2012. 142 p.
REILLY J.J. et al.. Long-term impact of overweight and obesity in childhood and adolescence on morbidity and premature mortality in adulthood: systematic review. Int J Obes. v.35, n.7, p.891–8. 2011.
SUSAN et al. The Young Child with Severe Obesity: Commentary on the Characteristics of a Vulnerable Population and a Framework for Treatment. Childhood Obesity, v.14, n. 7, 2018.