Entenda quais são os benefícios dos probióticos em distúrbios gastrointestinais

Os probióticos são essenciais para a manutenção e equilíbrio da microbiota intestinal, conforme Markowiak (2017). Todavia, quando ocorre a chamada disbiose (desequilíbrio na microbiota intestinal, com aumento do número de bactérias deletérias em relação às benéficas), podem ocorrer distúrbios gastrointestinais como a diarreia. Mas de que forma os probióticos podem ser aliados nessas condições e como evitá-las? Continue lendo o post e descubra!

Probióticos e suas vantagens

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) os probióticos são “cepas vivas de microrganismos estritamente selecionados que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro”. Os probióticos podem ser úteis no tratamento da síndrome do intestino irritável, enterite, infecções bacterianas e distúrbios gastrointestinais como diarreias, de acordo com  Markowiak (2017).
A principal vantagem dos probióticos é o efeito sobre a microbiota e o equilíbrio adequado das bactérias residentes intestinais garantindo o funcionamento normal do organismo – conforme publicado na revista International Journal of Medical Microbiology (2010). Além disso, eles podem ser usados para a restauração da microbiota natural após uso de antibióticos (JOHNSTON, 2006), neutralizar a atividade de bactérias patogênicas após a ingestão de alimentos contaminados por bactérias como Clostridium perfringens, Salmonella enteritidis e Escherichia coli, evitando uma intoxicação alimentar (CARTER, 2016; SCHOSTER, 2013).  Também, algumas linhagens de micro-organismos probióticos podem produzir, naturalmente, vitaminas do complexo B, além de aumentar a eficiência do sistema imunológico e a absorção de vitaminas e minerais (LI, 2016).

Diarreia

Dados de Sazwan (2006) mostraram que o emprego de probiótico em conjunto com terapias com antibióticos reduz o risco de diarreia. Um outro estudo publicado na revista Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition (2000), envolvendo 287 crianças entre 1 e 36 meses de idade, concluiu que uso de probióticos foi mais efetivo que o placebo ou a hidratação convencional para tratar a diarreia aguda em crianças.
Outra meta-análise evidenciou a redução de um dia no caso de diarreia de crianças hospitalizadas, após tratamento com probióticos juntamente com a hidratação (HUAN, 2002). A revisão realizada por Allen (2010), envolvendo 8014 jovens e crianças, também concluiu que em todos os casos o uso de probióticos reduziu a duração da diarreia, bem como a frequência das evacuações.

Síndrome do intestino irritável

A Síndrome do Intestino Irritável (SIR), é uma condição crônica que afeta de 3 à 25% da população, conforme Cremoni (2005) e é caracterizada com dor abdominal intermitente, flatulências e diarreia ou constipação – segundo McFarland, 2008. De acordo com este autor, não há tratamento curativo para esta condição e sim redução dos sintomas. Como é observada a alteração da microbiota intestinal normal em pacientes com SIR, o tratamento com probióticos pode ser muito útil e eficaz.
Uma meta-análise publicada na revista World Journal of Gastroenterology (2008) analisou 1404 pacientes envolvendo o uso de probióticos no tratamento da síndrome do intestino irritável e observou melhora nos sintomas em relação ao grupo placebo (sem probiótico). Estudo de Saggioro (2004), envolveu 50 adultos (entre 26 e 64 anos de idade) diagnosticados com SIR que receberam probióticos L. plantarum e B. breve e observou-se que, após 14 e 28 dias a dor reduziu 38% e 52%, respectivamente, em comparação ao grupo placebo que reduziu apenas 18% e 11%.
O´Mahony e colaboradores (2005), avaliaram 77 pacientes diagnosticados com SIR. Aqueles que receberam probióticos (B. infantis e L. salivarius) por 8 semanas tiveram redução significativa do desconforto abdominal, inchaço e dificuldade nas evacuações. Um estudo envolvendo 103 indivíduos e realizado por 6 meses, também evidenciou melhora de 44% na redução dos sintomas da SIR (inchaço, dor abdominal, distensão) após administração dos probióticos Lactobacillus rhamnosus GG e L. Propionibacterium freudenreichii ssp (KAJANDER, 2005).

Como evitar a disbiose?

A fim de evitar o desequilíbrio da microbiota intestinal é essencial evitar o consumo excessivo de açúcares, gordura, bebidas alcoólicas e tabagismo. Além disso, pode-se apostar no consumo de alimentos ricos em fibras, como verduras, frutas, e cereais integrais, assim como o consumo adequado de água para a manutenção da saúde gastrointestinal (UMU, 2017). Quando a alimentação não for o suficiente, a suplementação com probióticos pode ser uma alternativa saudável!

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ver Referências

MARKOWIAK P. e ŚLIZEWSKA K. Effects of Probiotics, Prebiotics, and Synbiotics on Human Health. Nutrients. v.9, n.9, p. 1021.2017.
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