Vitaminas do complexo B e suas importâncias durante a gestação

O período gestacional é uma fase da vida da mulher em que as necessidades por algumas vitaminas aumentam, sendo, muitas vezes, necessária a suplementação.   Neste contexto, destacam-se as vitaminas do complexo B, que participam de funções vitais para o desenvolvimento fetal e manutenção de uma gestação saudável. Veja neste artigo a importância de cada uma dessas vitaminas para a mãe e para o bebê. 

Conheça as vitaminas do complexo B e seus efeitos durante a gestação

Vitamina B1 – Tiamina

A vitamina B1, também conhecida como tiamina, está envolvida em diversas reações enzimáticas e sua deficiência durante a gestação está associada a disfunções cerebrais no bebê.  A tiamina está envolvida na biossíntese de neurotransmissores do Sistema Nervoso Central e participa na função e estrutura das membranas celulares. Desta forma, sua deficiência pode estar relacionada à má formações encefálicas no feto e ao reduzido peso da criança ao nascer. No Brasil, a ANVISA preconiza a dose diária de 1,4 mg de tiamina para mulheres gestantes.
Além dos riscos para o bebê, a deficiência de vitamina B1 pode causar alterações na tolerância da glicose e predisposição à diabetes gestacional na mãe. Segundo dados publicados na revista British Journal of Nutrition (2004), cerca de 50% das mulheres apresentam deficiência de tiamina durante a gestação. Quando os níveis de tiamina não são alcançados através da dieta, a suplementação pode ser um recurso para manter os níveis adequados dessa vitamina no organismo e garantir suas funções biológicas. 

Vitamina B2 – Riboflavina

A riboflavina é um importante componente nos processos celulares do organismo sendo sua deficiência relacionada ao desenvolvimento de doenças como anemia, hipertensão e diabetes. Além disso, a diminuição de riboflavina está ligada a disfunções no trato gastrointestinal e sistema nervoso, desordens na pele e pode influenciar no metabolismo de outras vitaminas.
Estudo publicado na revista Nutrients (2017), avaliou a ingestão de vitaminas por gestantes adolescentes e constatou que 27% delas não estavam ingerindo a dose diária adequada de riboflavina. Embora a ANVISA preconize a dose diária de 1,4 mg dessa vitamina para gestantes, muitas vezes esse valor não é alcançado através exclusivamente da dieta. Nesses casos, a suplementação da vitamina é uma alternativa a fim de evitar a deficiência e suas consequências. 

Vitamina B3 – Niacina

A vitamina B3, está relacionada a funções essenciais do organismo como a conversão de carboidratos à glicose para produção de energia, na metabolização de lipídeos e proteínas, e no bom funcionamento do sistema nervoso. No Brasil, a ANVISA preconiza a dose diária de 16 mg de niacina para adultos e 18 mg para gestantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde, os sintomas da deficiência de niacina incluem fadiga, náusea e a chamada Pelagra (dermatite na pele exposta ao sol), Além disso, a falta da vitamina pode causar efeitos no trato gastrointestinal, como diarreia e no sistema nervoso, como tremores e até mesmo depressão.
Estudo recente publicado na revista The New England Journal of Medicine (2017) sugeriu que além do ácido fólico, a suplementação de niacina antes e durante a gravidez, pode prevenir malformações no feto, doenças no recém-nascido e até mesmo atrasos na fala da criança. Segundo os autores, a suplementação dessa vitamina previne defeitos embrionários decorrentes da deficiência da proteína NAD – enzima envolvida em diversas reações bioquímicas importantes do organismo.

Vitamina B12

A vitamina B12 está amplamente relacionada à diversas reações bioquímicas do organismo e, juntamente com vitamina B9 (folato), participa da produção dos eritrócitos (glóbulos vermelhos do sangue). A deficiência desta vitamina, pode reduzir a quantidade de eritrócitos no sangue e resultar no desenvolvimento de anemia. Segundo dados publicados Advances in Food and Nutrition Research (2018), a deficiência de B12 ocorre não apenas da falta da vitamina na dieta, mas também devido à sua má absorção ou por conta de  desordens genéticas. No Brasil, a dose diária preconizada pela ANVISA é de 2,6 mcg dessa vitamina para as gestantes.
Ao avaliar os níveis nutricionais de 301 mulheres grávidas, um estudo publicado na revista Journal of Diabetes Research (2018), observou que 42% delas apresentaram deficiência de vitamina B12 e 79% já apresentavam anemia. Além disso, esse estudo mostrou que 74,7% dos bebês dessas mães nasceram com deficiência de B12, após coleta de sangue do cordão umbilical. 

Como ter certeza de que disponho a quantidade adequada das vitaminas do complexo B?

É essencial ficar atento ao consumo adequado de vitaminas do complexo B para um bom desenvolvimento do feto e manter uma gravidez saudável. Quando a ingesta dessas vitaminas através da alimentação não suprir as necessidades da mãe e do bebê, a suplementação é uma opção interessante. Converse com seu médico para uma avaliação e garanta que nenhuma vitamina falte nesse período tão importante.

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ver Referências

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