Conheça os micronutrientes que não podem faltar na dieta durante a gestação

A gravidez é um período de transformação na vida da mulher. E, devido à essas mudanças, é comum que o organismo necessite um aporte maior de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) e micronutrientes (vitaminas e minerais) para progressão da gestação e o perfeito desenvolvimento do bebê. Os nutrientes estão diretamente associados a funções muito importantes como fornecimento de energia, multiplicação celular, equilíbrio hídrico, formação óssea e fortalecimento do sistema de defesa do organismo.
Dentre os micronutrientes de grande importância durante a gestação, algumas vitaminas e minerais se destacam devido sua deficiência estar relacionada ao desenvolvimento de doenças na mãe e no feto.  Segundo pesquisa publicada na revista Archives of Gynecology and Obstetrics em 2018, a baixa ingestão de determinados micronutrientes pode causar na gestante anemia, hipertensão, aumento do risco de infecções, entre outros. Já no bebê, esta deficiência da mãe pode acarretar em aumento do risco de parto prematuro, baixo peso ao nascimento, malformação do tubo neural e cardíaco, alergias, entre diversos outros.
Na fase gestacional, alguns micronutrientes são exigidos em maior quantidade do que outros. Confira no tópico a seguir, quais são os minerais e vitaminas que não podem estar de fora da dieta durante a gravidez.

Micronutrientes que não podem faltar durante a gestação

A cada trimestre que a gestação avança, crescem algumas necessidades nutricionais sendo, na maioria das vezes, necessária a suplementação para fornecer os níveis adequados de vitaminas e minerais para mãe e feto. Dentre eles, destacam-se:

Ferro

Segundo a OMS, estima-se que mais de 40% das gestantes em todo o mundo estejam anêmicas e cerca de metade destes casos é devido à deficiência de ferro. O ferro é fundamental para a saúde da mãe e do bebê. Além de ser um dos componentes da hemoglobina, ele também ajuda na formação dos glóbulos vermelhos que são responsáveis por fazer o transporte de oxigênio para os órgãos e tecidos do corpo. A ingestão diária de ferro durante a gestação deve ser de pelo menos 27 mg, conforme citado no estudo Friedrisch e Friedrisch (2017). Segundo dados publicados na revista Archives of Gynecology and Obstetrics (2018), a deficiência de ferro pode resultar em anemia na mãe bem como maior propensão à infecção no trato urinário. Além disso, a pesquisa mostrou que a deficiência desse mineral pode estar relacionada à nascimentos prematuros e peso reduzido dos bebês ao nascer.

Folato

O folato (também conhecido como vitamina B9, ácido fólico, metilfolato) é essencial para o desenvolvimento do feto, sendo responsável pelo fechamento do tubo neural e formação do sistema nervoso central do bebê.  Segundo dados de pesquisadores da Universidade de Milāo, na Itália (2016), o fornecimento adequado de ácido fólico, pelo menos três meses antes da concepção e durante o primeiro trimestre de gravidez, pode reduzir os riscos de má formação do bebê e no desenvolvimento da placenta. 

Vitamina D

A vitamina D participa do equilíbrio do cálcio no organismo, regula a pressão sanguínea e tem efeito positivo no sistema imunológico, regulando funções de defesa do organismo. Segundo a Sociedade Americana de Endocrinologia (2011), as gestantes estão enquadradas como um grupo de alto risco para deficiência de vitamina D, mesmo em regiões ensolaradas como o Brasil. Sua deficiência está relacionada a um maior risco de malformações ósseas, nascimento prematuro, desenvolvimento de infecções no trato respiratório e alergias na criança, bem como pré-eclampsia (hipertensão) e diabetes gestacional na mãe, segundo um estudo publicado na European Journal of Nutrition (2018).

Zinco

Durante a gestação, a demanda de zinco cresce de 8 mg para 11 mg por dia, segundo dados norte-americanos publicado na revista Medical Clinics of North America (2016). Isso porque o zinco é responsável por funções biológicas importantes do nosso organismo como a síntese celular, proteica e várias outras reações enzimáticas. Além disso, esse mineral também atua no sistema endócrino e crescimento do bebê, bem como no fortalecimento do seu sistema imunológico. A deficiência de zinco é uma das deficiências minerais mais comuns nas gestantes de países em desenvolvimento, afetando cerca de 80% delas, sendo essa deficiência relacionada a nascimentos prematuros e na redução do peso ao nascer do bebê – segundo pesquisa publicada na Journal of Clinical and Diagnostic Research (2015). 

Como obter os micronutrientes necessários durante a gestação?

No período gestacional, a demanda por vitaminas e minerais cresce uma vez que o organismo deve suprir as necessidades nutricionais da mãe e do feto. Para tal, alguns micronutrientes são requeridos em maior quantidade, sendo, muitas vezes necessária a suplementação.
Devido a baixa absorção de algumas vitaminas através da alimentação, pode ocorrer a deficiência e problemas na formação fetal, por isso, é essencial o acompanhamento médico para orientá-la quanto a suplementação mais indicada.
Hoje, encontram-se disponíveis suplementos alimentares que contém os principais minerais que você e seu bebê precisam durante o período gestacional, além de vitaminas igualmente importantes. Sendo assim, é de suma importância consultar um médico antes de começar qualquer tipo de suplementação para que o profissional possa avaliar suas necessidades e indicar o suplemento mais adequado.

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ver Referências

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