Suplementação de folatos pode reduzir risco de autismo: Saiba mais!

Os folatos, também conhecidos como vitamina B9, estão presentes naturalmente em diversos alimentos, como nos vegetais de cor verde escuro (brócolis, espinafre, aspargo). Todavia, devido a instabilidade da vitamina ao cozimento, ela pode se degradar e não ser absorvida pelo organismo, resultando em deficiência. Desta forma, uma maneira de ingerir esta vitamina é através do uso de suplementos ou medicamentos contendo, principalmente, o ácido fólico (forma mais conhecida) ou o metilfolato (forma ativa do ácido fólico e recentemente disponível no Brasil).

A suplementação de folatos é essencial durante a gestação, pois a ingesta diária através da alimentação não é o suficiente para suprir necessidades da mãe e do bebê. Até pouco tempo pensava-se que a importância dessa vitamina consistia unicamente à reposição nutricional da gestante para um bom desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê. Entretanto, a deficiência desta vitamina em gestantes tem sido relacionada como um possível fator de risco para o desenvolvimento de autismo nas crianças.

O autismo é um transtorno neurocomportamental caracterizada por um déficit persistente de interação social e comunicativa, bem como um interesse anormal e fixo em comportamentos repetitivos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, este transtorno afeta 1 em cada 160 crianças no mundo e pode estar associada a diversos fatores, incluindo fatores genéticos e ambientais.

Um estudo realizado na Universidade de Haifa em Israel (2018) sugeriu o efeito protetivo do ácido fólico durante a gravidez contra o desenvolvimento de autismo em crianças.  O estudo acompanhou cerca de 45 mil crianças desde o nascimento (entre 2003 a 2007) até completarem, em média, 10 anos. Durante este período, as crianças foram avaliadas quanto ao desenvolvimento de autismo e se concluiu que a exposição materna à suplementação com ácido fólico e/ou multivitamínicos antes da gestação foi estatisticamente associada com a redução do risco de desenvolvimento de autismo nas crianças, em relação àquelas mulheres que não receberam nenhuma suplementação prévia.

Com base nesses fatos, a suplementação de ácido fólico ou de metilfolato deve ser feita não apenas durante a gravidez, mas também no período pré-gestacional, (fase em que a mulher está tentando engravidar) para que os estoques corporais desta vitamina estejam adequados para iniciar uma gestação.

Por que a suplementação de folatos ajuda a reduzir o risco de autismo?

Segundo estudo publicado na revista Molecular Autism em 2017, o risco para desenvolvimento do autismo está ligado tanto a fatores ambientais, nutricionais, medicamentosos como também, a predisposição genética.
Diante do fato da suplementação de folatos ser uma forma de reduzir o risco de desenvolvimento de autismo, este mesmo estudo sugeriu que a deficiência desta vitamina pode interagir com certos polimorfismos (alterações bioquímicas do DNA), em enzimas que convertem o ácido fólico em sua forma ativa (metilfolato).
Esse processo, por sua vez, está diretamente ligado à regulação e síntese do ácido desoxirribonucleico (DNA), bem como a sua metilação. Esse evento é fundamental para que haja uma divisão celular correta, logo também influencia no neurodesenvolvimento do bebê.

Como fazer a suplementação de folatos de forma adequada?

Para garantir que você está ingerindo a quantidade adequada de folatos, é essencial consultar um médico que irá determinar o tratamento mais indicado para você.
O importante é que a suplementação de ácido fólico ou metilfolato comece a ser feita antes de você engravidar, se possível três meses antes de iniciar a gestação. Além disso, a ingestão dessa vitamina deve iniciar antes mesmo de qualquer outro tipo de tratamento para aumentar a fertilidade ou do paciente interromper o uso de métodos contraceptivos.

É importante ressaltar também que as mães precisam continuar a tomar os suplementos após gestação, durante o período de amamentação, pois neste período as necessidades do organismo continuam altas, já que o bebê obtém os nutrientes através do leite materno.

Agora que você já sabe a importância desse tipo de nutriente para engravidar e ter um bebê saudável, fale com o seu médico sobre a sua intenção de começar a se preparar para este momento tão importante.

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ver Referências

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MODABBERNIA, A. et al. Environmental risk factors for autism: an evidence-based review of systematic reviews and meta-analyses. Molecular Autism, v. 8, 2017.
HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L. E. Goodman & Gilman – The Pharmacological Basis of Therapeutics. 10th. ed. New York: McGraw-Hill, 2001.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Autism spectrum disorders & other developmental disorders From raising awareness to building capacity. World Health Organization, 2013. http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/ Suplementar: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/.